Hering é nomes em alemão para arenque, um peixe da família da sardinha muito comum no Atlântico Norte e no Mar do Norte e que é empregado de muitos maneiras nas culinárias do centro e leste da Europa. Quando preparados em salmoura e/ou ou marinados são chamados de Matjeshering ou simplesmente Matjes.
Sahnehering (foto da capa do post) é arenque com creme azedo, um dos favoritos do meu avô e do pai ! Um clássico da cozinha Ashkenazi, que minha bisavó Kaharina preparava, Seu sobrenome de solteira, Lechner, é de origem judia e bastante comum na Baixa Áustria.
Não é um prato comum, é uma combinação de muitas camadas de sabores salgados, doces, ácidos e picantes . Os filés de arenque são curados no sal e depois no vinagre de maçã com especiarias antes de serem deliciosamente envoltos com nata ácida, maçã verde, pepinos em conserva, dill e pimenta do reino.
O Arenque chegou aos mercados judaicos pela primeira vez no século 15, quando os holandeses salgaram peixe fresco para preservá-lo para exportação para cidades por toda a Europa. Os historiadores da alimentação dizem que a dieta renascentista dos judeus austríacos era composta de leite, manteiga, pão preto, ovos, queijo, sopa, vegetais, chucrute e arenque.
Os primeiros peixeiros judeus recebiam o peixe em barricas. Eles acabaram se tornando proeminentes negociantes de arenque, importando e transportando o peixe para Alemanha, Polônia e Rússia, e então vendendo em lojas e ou mas ruas em carrinhos de mão.
Extraído e adaptado do texto de Miriam Borden para o The Canadian Jewish News.
Kaharina, minha bisavó
Sempre se soube, pelos documentos brasileiros de meu avô, ou pelos relatos de minha avó Linda, que a mãe de Emmerich chamava-se Catarina; mas a pesquisa nos registros austríacos revelou seu nome completo: Franziska Katharina Flatschart, ∞ Lechner.
Katharina (como meu pai a chamava), filha de Josef Lechner (1860) e Josefa Anna Lechner ∞ Futschik nasceu no dia 9 de janeiro de 1882 na cidade de Gloggnitz, distrito de Neunkirchen.
Katharina e Heinrich Flatschart (1880-1918) casaram-se no dia 15 de outubro de 1905 em Hainfeld, distrito de Lilienfeld. Deste casamento nasceram:
● Heinrich Flatschart (1905 -?),
● Emmerich Flatschart (1906 – 1952) – Meu avô !
● Uma menina não batizada, provavelmente natimorta, em 1908
● Anna Flatschart (1909 -1990)
● Franz Flatschart (1910 – 1973)
● Hermine Flatschart (1912 -1953)
Como minha avó sempre contava, Katharina casou-se novamente após a morte de seu marido Heinrich na Primeira Guerra Mundial. Emmerich, meu avô, nunca teria aceitado o padrasto.
Em uma caixa de fotos antigas, que milagrosamente (gosto de enfatizar este termo) foi preservada, encontrei uma fotografia datada de 1949 em cujo verso estava anotada com a inconfundível caligrafia de minha avó Linda Flatschart:
“Ein Andenken von meiner lieben Schwiegermutter”
“Uma recordação da minha querida sogra”
Muito interessado a variedade apresentada
[…] alemã, mas a chegada de cerca de 2,5 milhões de judeus vindos da Europa Oriental, especialmente Ashkenazi, popularizou a cultura das Deli nos estados Unidos a partir do final do século XIX e nos anos 1930 […]